1.05.2011

MUDANÇA . (a)

pessoal fixe, mudei para blog sapo; e mesmo que sejam do blogspot podem ir ver a fic melhorada e COMENTAR em : http://joao_queiros.blogs.sapo.pt/  .

obrigada. (:

12.17.2010

capitulo 3. ☮


# joão:
eu: já que falam nisso, que curso estão a seguir ?
alex: representação – sorriu – e a minha irmã, fotografia.
catarina: isso mesmo, e tu patrícia ?
patrícia: psicologia.

o alexandre imediatamente olhou corado para a patrícia e disse:

alex: sempre me interessei por essa área – mostrou um sorriso – tens muita sorte por conseguires entrar.
patrícia: á, sabes como é – gabou-se – a minha média de dezanove é assim.
alex: dezanove ? uau, estou impressionado.
eu: ey, rapaz inteligente aqui – senti-me ignorado, tinha que falar.
catarina: hahaha – riu-se – qual é a tua média ?
eu: 14 – baixei a cabeça devagar, e falei lentamente.

de imediato, todos de riram. A verdade é que eu não era muito inteligente; a minha vida derivava da música, guitarra, londres, e namorar, logo, estudar não era muito preciso para alguém como eu, não ?

eu: ey, não têm piada – cruzei os braços – que média têm vocês ?
catarina: dezoito.
alex: dezanove.
patrícia: dezanove – impressionou-se – uau, parece que quem ficou impressionada fui eu .
catarina: é, o meu irmão é muito dado para a inteligência – gabou-se.
admito que fiquei com um bocado de inveja; não gosto muito de estudar, aliás, acho que nunca o fiz. vim para londres, porque em portugal não havia muitas escolas de música profissionais.
não segui música por se fácil, ou não ser preciso estudar muito, segui porque gostava mesmo daquilo, gostava de pegar numa guitarra, e fazer vibrar as suas cordas. gostava que as palavras de uma nova música saíssem lentamente, á medida que tocava piano. música sempre foi o meu sonho desde criança.

eu: mas bem, tenho que ir fazer os trabalhos de casa – remexi no cabelo, lentamente.
catarina: se precisares de ajuda, diz – fez um careta.
eu: se precisar, eu chamo-te ao meu quarto, sim ? – disse, num tom irónico.
catarina: haha, oquei, oquei.
patrícia: e nós vamos para a sala ? – olhou para o alexandre.
alex: por mim, tudo bem – sorriu timidamente para a patrícia – desde que esteja contigo.

ela corou em milésimos segundos, e quase que nem conseguia falar:

patrícia: ó bo…bo…ao – respirou fundo – vamos lá.
eu: vão lá, eu daqui a pouco já vou ai ter.
catarina: até logo – sorriu para mim.
eu: até logo – mordi o lábio.
dirigi-me ao meu quarto. fui buscar a minha guitarra e umas quantas folhas, e subi para a parte de cima do beliche.
o meu trabalho para o fim-de-semana era compor uma música, seja ela de qualquer estilo, para na segunda-feira cantá-la a toda a turma. eu sempre me saí bem na parte de compor, eu adorava escrever e exprimir os meus sentimentos através duma melodia sentimental e calma.
as palavras costumavam sair-me pela boca, quando tocava. não havia um dia em que não me ouvissem a cantarolar uma música nova aos meus ouvidos.
eu era um dos melhores na minha turma. tenho uma voz rouca, que pode não ser a mais indicada para cantar alguns estilos da actualidade, mas sempre cantei e sempre me esforcei para alcançar os meus objectivos.

eu: nã, nã, nã … - não estava a conseguir nada – nã, nã, nãaada.

o tempo passava, e eu ainda não tinha conseguido nenhuma música. Vinha-me palavras á cabeça, mas nada que se enquadrasse na melodia que eu pretendia. Estava a ficar desesperado, e ainda só tinha conseguido isto:

“ the city of angels is lonely tonight
 keep myself alive by candlelight
 say she can't love you like i do
 look me in the eyes and say it's true
 i ask myself, is this love at all ? “
já tinham passado duas horas, e eu ainda não tinha nada. sim, surgiam-me algumas ideias, mas nada de especial como eu gostava .
era domingo, e eu tinha que a entregar no dia seguinte. era como um teste, servia para avaliar as minhas capacidades de composição. eu naquele momento estava a ter uma branca, até que ouvi alguém a entrar no meu quarto. debrucei-me sobre a cama e espreitei.
era a catarina, a irmã do alex.

eu: ey – sorri .
catarina: então? – retribui o sorriso – como vai isso ?
eu: mal, péssimo, mal.
catarina: então sempre precisas de ajuda – piscou-me o olho, e subiu para o beliche.
eu: se com a ajuda queres dizer uma música, então sim – sorri timidamente.
catarina: diz lá o que já tens .

cantei-lhe o que já tinha e o que não tinha. amostrei-lhe as notas, e a letra.
ela apenas abanava a cabeça, e sorria quando eu olhava para ela.
# patrícia:
o joão deve-se ter lembrado de alguma coisa, porque fez logo um trejeito de animação.

joão: por falar nisso, que curso é que estão a seguir? – perguntou.
alex: eu estou a seguir representação – sorriu – e a minha irmã, fotografia.
catarina: isso mesmo, e tu patrícia?
eu: psicologia. – sorri timidamente.

o alexandre corou. uau, ele corou mesmo, não podia ter sido impressão minha, olhei para os outros, e eles também tinham reparado, será que ele tinha corado mesmo? parecia que com aquela tonalidade rosada nas faces ainda parecia mais bonito.

alex: bem, é que eu sempre me interessei por essa área – disse ele timidamente – tens mesmo muita sorte em conseguir entrar.
eu: bem, com a minha nota, consegui. - gabei-me um bocadinho - com um dezanove entrei logo.
alex: dezanove? uau, estou impressionado. – sorriu-me.
joão: ey, rapaz inteligente aqui. – parece que o meu irmão se tinha sentido um pouco ignorado.
catarina: haha, qual é a tua média?
joão: 14. – falou ele devagar enquanto baixava lentamente a cabeça.

 todos nos rimos. a verdade, é que ele estudava música, e eu achava que ele não precisava de estudar as outras coisas, quer dizer, eu não percebia tão bem de música como o joão, mas ás vezes eu ajudava-o a compor músicas, mas mesmo assim, acho que não era preciso estudar.

joão: ey, não tem piada. – ele cruzou os braços. – que média têm vocês?
catarina: dezoito. – respondeu continuadamente a catarina.
alex: dezanove. – concluiu o alexandre.
eu: dezanove? uau, parece que quem ficou impressionada fui eu. – bem, ele era inteligente, muito.
catarina: é, o meu irmão é dado para a inteligência. – gabou-se.

sorri-lhe. senti o olhar do joão nas minhas costas. sim, ele estava com um bocadinho de inveja. ele não precisava de uma média muito alta para entrar numa escola de música, bastava-lhe saber cantar. e ele sabia. melhor do que ninguém, aliás. eu amava quando ele cantava acompanhado do piano, por vezes vivia só para aqueles momentos em que ele cantava para mim. e eu ficava mesmo muito feliz por ele ter um sorriso nos lábios enquanto tocava. ele era o melhor da turma. uma vez, cerca de dois meses depois de termos chegado a londres, o professor dele mandou-lhe um convite para ir cantar ao anfiteatro. deve ter sido um dos dias mais felizes da vida dele (e dos mais nervosos)

joão: bem, eu tenho que ir fazer trabalhos de casa. – disse-me ele, enquanto remexia no cabelo.
catarina: se precisares de ajuda, diz. – exclamou prontamente a catarina, enquanto fazia uma careta.
joão: sim, se precisar eu chamo-te ao meu quarto, sim? – disse ele num tom irónico.
catarina: haha, oquei, oquei. – riu-se ela.
patrícia: bem, e nós vamos para a sala? – perguntei enquanto olhava para o alexandre.
alex: sim, vamos. – sorriu-me timidamente. – desde que esteja contigo.

 meu deus! eu juro que o meu mundo caiu-me aos pés. eu devo ter ficado vermelha, mesmo muito, muito vermelha. por dentro eu estava a gritar, a pinchar, a fazer o pino. não cabia em mim de felicidade. ele disse mesmo aquilo. ele disse que queria estar comigo. tinha que lhe dar uma resposta, não era? mas eu acho que não conseguia falar.

eu: á bo…o…ao. – respirei fundo. – vamos lá.
joão: vão lá, eu daqui a pouco já vou aí ter. – disse mecanicamente o joão.
catarina: até logo. – sorriu a catarina.
joão: sim, há, até logo. – mordeu o lábio.

o joão dirigiu-se ao quarto e eu rapidamente ouvi um acorde.

eu: bem, vamos? o que é que vão querer jantar? – perguntei-lhes - agora estou sozinha, já não tenho o joão para me ajudar.

eles olharam para mim surpreendidos.

catarina: tu, tu sabes cozinhar? – gaguejou.
eu: bem, não sou nenhuma chefe de culinária, mas eu e o joão conseguimos sobreviver com aquilo que eu cozinho. – respondi-lhe.
catarina: uau, não sabia, eu e o alexandre apenas comia-mos hambúrgueres e pizzas. – disse-me ela envergonhada.
eu: haha, não se preocupem, eu não me importo de cozinhar para mais duas pessoas. – tinha que ser querida, não era verdade? sorri.
catarina: ó, obrigada. estás a ser muito querida. – a voz dela parecia uma melodia simples, hum tinha quase a certeza que o meu irmão tinha reparado neste pormenor.
alex: há, eu ajudo-te, hoje, se quiseres. – disse o alexandre timidamente.
eu: ó, é claro que sim, quantas mais pessoas, mais depressa comemos. – devo ter tropeçado em algumas palavras, porque a catarina lançou-me um olhar divertidíssimo.

ouvimos um acorde de uma guitarra seguida de uma voz perfeita. olha-mos todos para trás, todos me olharam com as caras espantadas quando eu deitei a cabeça para o lado e fechei os olhos. comecei a rir.

patrícia: eu adoro quando ele canta. – disse, e ri-me mais uma vez.

as caras deles eram de um espanto enorme, parece que nunca tinham ouvido alguém cantar na vida. voltei-me a rir com as expressões deles.

eu: catarina, não queres ir lá ajuda-lo? – perguntei-lhe discretamente.

ela quando percebeu aquilo que eu lhe tinha dito, sorriu e acenou com a cabeça, deitou um olhar ao alexandre, e saiu pela porta fora, deixando-me a mim e ao irmão sozinhos. quando nos olhamos, senti a temperatura subir. estávamos mais perto do que nunca. não conseguia-mos tirar os olhos um do outro. parecia que estávamos ligados simplesmente pelo olhar. eu não sei quanto tempo é que ficamos assim, deve ter sido quase uma hora, porque quando ouvi o relógio a tocar a anunciar que já eram 7 horas, eu dei um salto e comecei a correr para o fogão, colocando um avental que o alexandre me ajudou a apertar.

eu: obrigada. – olhei-lhe verdadeiramente nos olhos.
alex: de nada. – ele também me olhava, como se quisesse penetrar na minha mente.
eu: obrigada. – respondi apenas.

eu não devia dizer isto, mas estava mesmo a começar a gostar dele ! 
continua …

12.13.2010

capitulo 2.
# joão ;

eles entraram de imediato, e dirigimo-nos os quatro á sala.
eu sentei-me com a patrícia num sofá, e o alex e a irmã noutro. reparei que ambos eram loiros, e bastante bem-parecidos. quer dizer, a rapariga era linda, agora o rapaz? deixava a caracterização dele para a patrícia, que pela cara dela, não se importava nada de o definir bem …

patrícia: então, de onde é que são? – disse, metendo conversa.
alex: lisboa, e vocês?
eu: porto.
patrícia: é – sorriu, tímida.

eu achei estranho aquele contacto imediato que a patrícia teve com o alex, mas também não podia falar muito, porque apesar de só os ter conhecido á poucos minutos atrás, já estava de olho na irmã dele.

patrícia: e tu, como te chamas ? – olhou para a irmã do alex.
catarina: chamo-me catarina, prazer. – sorriu para mim e a patrícia.
eu: bem, eu sou o joão e ela é a patrícia – apontei para a minha irmã.
alex: e já estão as apresentações feitas.
patrícia: é, já nos conhecemos todos.
eu: é, até já podemos indo planear o natal – disse num tom irónico.

a catarina soltou uma gargalhada abafada, mas a patrícia e o alexandre nem se deram ao trabalho de responder. já estavam ocupados de mais a trocar olhares e sorrisos, como se se tivesse apaixonado logo á primeira vista.
eu: estamos aqui a mais – pisquei o olho á catarina.
catarina: parece que sim – sorriu novamente.
patrícia: há ? – disse, confusa.
eu: esquece maninha, continua o que estavas a fazer – sussurrei-lhe ao ouvido.

ela sorriu para mim, vermelha, e eu retribui-lhe o sorriso. se pudesse ouvir-lhe secretamente os pensamentos, com certeza estava a dizer repetidamente para si mesma que o rapaz a quem estava a mandar olhares era lindo, perfeito. eu soltei uma gargalhada, quando me ocorreu aquela ideia, e não sei porquê mas acho que ela reparou que estava a pensar nela, pois olhou de imediato para mim com uma expressão estranha, que fazia várias vezes quando eu a envergonhava. (tenho esse hábito)

eu: alguém tem fome ? – cortei o clima.
alex: por acaso tenho um bocadinho – remexeu novamente no cabelo, ainda húmido – isto de viajar é assim.
catarina: eu passo, obrigada.
eu: então vamos comer qualquer coisa, e depois apresento-vos a casa.

todos concordaram. levantamo-nos dos sofás, e dirigimo-nos á cozinha para comer. já era cinco da tarde, e já tinha um bocado de fome.
fui ao frigorífico e tirei tudo o que havia lá de bom, como chocolates, bolos e essas coisas que a patrícia nem podia ver á frente, quando eu as comprava.
eu: o quê que querem ? – olhei para todos.
alex: esse bolo, ai – apontou para uma fatia de um bolo de chocolate.
catarina: bããã, eu também como um bocado – piscou-me o olho, tímida.
patrícia: eu quero um pão.

tanto eu como o resto do pessoal ficou a olhar para ela com espanto. ela rapidamente corou mais uma vez, e sorriu para todos, enquanto preparava o pão .
estávamos todos a comer, até que de imediato acabamos.

eu: bem, venham ver a casa – disse, apontando para o corredor principal.
alex: oquei, vamos lá.
eu: este é o corredor, ali é a sala, e já vimos a cozinha – apontei para os sítios, á medida que falava.
catarina: e onde vamos dormir ?
eu: por aqui, andem.
de imediato dirigi-os para o que ia ser o quarto dos dois. não era muito grande. tinha outro beliche, tal como o meu e o da patrícia. tinha as paredes brancas, e um armário de madeira clara, tal como o resto do mobiliário.

alex: bem, eu adoro.
catarina: sim, eu também. – continuou.
eu: também, não tinham outra opção senão gostar. – sussurrei ao ouvido da patrícia.

ela  rapidamente me deu uma cotovelada, e abanou com a cabeça como quem quer dizer ‘não, pára’. ela já previa que eu daria uma resposta daquelas, sou demasiado impulsivo para conter as minhas respostas, e ela sabia melhor do que ninguém disso.

eu: ai, também, desculpa – sussurrei á patrícia.
patrícia: vamos ver o resto da casa ? – sorriu para os inquilinos.
alex: por mim tudo bem.
catarina: por mim é igual, vamos lá.
patrícia: e isto é o meu quarto e o do meu irmão – dirigiu-se até ao seu quarto.
alex: ó meu deus – fez cara de surpreendido.
catarina: tens a certeza que isto é o vosso quarto ?

a verdade é que o quarto mais parecia uma biblioteca. a patrícia era obcecada por livros, e todos os dias comprava um novo. passava horas a lê-los, sem nunca se cansar.
o quarto estava cheio deles. ou nas prateleiras, nas secretárias, em cima da cama, no chão (…) mais de metade do quarto era só dela e dos seus livros. eu apenas tinha encostado á parede a minha guitarra acústica, e uns quantos livros da escola.

patrícia: desculpem a desarrumação – disse, num tom tímido – sim, este é o meu quarto.
eu: barra biblioteca pessoal – pisquei o olho.
catarina: isso é uma guitarra ?
eu: sim, é minha – disse, com orgulho – porquê ?
catarina: eu adoro guitarras – fez um ar tímido.

eu imediatamente pensei : ‘mais um ponto para mim’. (a)
# patrícia ;

o joão interrompeu os meus pensamentos, quando se afastou para o lado e os deixou entrar.
eu e o joão sentamo-nos num sofá, e o alexandre e a catarina noutro. eles eram tão bem parecidos. pareciam dois anjos, loiros. perfeitos. quer dizer, o alexandre era lindo, agora a rapariga? era quase a versão dele, mas em feminino.
eu: então, de onde é que disseram que são? – tinha que meter conversa, senão ninguém falava.
alex: lisboa, e vocês?  - sorriu, o que me fez ficar ainda mais babada por ele.
joão: porto – sorriu para a rapariga.
eu: é – deu-me um ataque de timidez, sem razão aparente.

ele observava-me. novamente. foi como se algo dentro de mim tivesse uma enorme vontade de sair para fora. devia estar colado a olhar para ele quase há cinco minutos, sem nunca desviar o olhar. ele atraía-me de uma forma incrível. oquei, estávamos colados um no outro.
o joão seguiu o meu olhar, deparou-se com o alexandre a olhar para mim. soltou um risinho e voltou-se de novo para mim. quebrei o ligamento com o alex e olhei para ele. a cara dele demonstrava uma enorme confusão, como se tentasse entender o que se passava comigo. ou como se tentasse perceber o porquê do contacto que tivera logo com o alexandre. ele soltou outro riso, e abanou a cabeça como se não acreditasse no que tinha acabado de pensar.

eu: e tu, como disseste que te chamavas ? – olhei para a rapariga.
catarina: chamo-me catarina, prazer. – sorriu.
joão: bem, eu sou o joão e ela é a patrícia – apontou para mim, á medida que falava.
alex: e já estão as apresentações feitas – ironizou o alex.
eu: é, já nos conhecemos todos – olhei para ele.
joão: é, até já podemos indo planear o natal – concluiu.
a catarina soltou um riso abafado, mas eu nem me dei ao trabalho de tal. desta vez, ele observava-me mesmo. e sorria, sorria mesmo. não eram aqueles sorrisos que as pessoas mandavam apenas por mandar, ele sorria porque, bem, porque sorria. passados alguns segundos, esbocei o melhor sorriso que podia, e o dele alargou-se mais. parece que nós estávamos a ter uma “cena”. não sei explicar, mas sabia mesmo bem.

joão: bem, parece que estamos aqui a mais. – exclamou o joão piscando o olho á catarina.
catarina: parece que sim. – sorriu.
eu: ha? – estava confusa. só tinha apanhado a palavra «a mais».

o joão aproximou-se mais de mim e sussurrou-me ao ouvido:

joão: esquece, irmã. continua a fazer o que estavas a fazer. – senti um sorriso a aflorar-lhe os lábios.

sorri-lhe. senti a pele da minha cara ficar vermelha, e ele alargou o sorriso. às vezes parece que ele me conseguia ler os pensamentos. mas neste momento tenho quase a certeza que ele estava a pensar que eu devia estar a ficar doida por me ter colado no rapaz. ele soltou uma gargalhada e olhei para ele imediatamente. sim, ele estava mesmo a pensar naquilo. fiz um sorriso travesso. ele adorava este sorriso.

joão: alguém tem fome? – perguntou, enquanto olhou novamente para o grupo.
alex: eu por acaso, tenho um pouco. isto de viajar deixa-me esfomeado. – novamente, foi o
alexandre o primeiro a responder.
catarina: eu passo – exclamou, tímida.

o joão levantou-se e encaminhou o caminho aos outros, deixando-me a mim para trás. meu deus, o que raio é que tinha acabado de acontecer? devo mesmo estar a ficar doida.
ele tirou tudo o que tínhamos no frigorífico: bolos, chocolates, sumos, todas aquelas coisas que eu nem sequer imagino ver-me a comer !

joão: o que é que querem? – perguntou ele enquanto lançava um olhar penetrante a um bolo de chocolate.
alex: eu sou capaz de comer aí uma fatia dessa delícia.
catarina: bããã, eu também como um bocado – exclamou, tímida.
eu: eu quero um pão. – um pão? a sério, disse mesmo um pão? estas pessoas ainda vão pensar que estas a fazer dieta ou qualquer coisa parecida.
sim, ficou toda a gente a olhar para mim espantada. lancei um sorriso a todos, enquanto ia buscar uma faca e preparava o pão. eu era assim tão estranha para o joão estar a tremer de riso? bem, provavelmente, era.
estávamos todos a comer, mas rapidamente estávamos a terminar.

joão: bem, vamos ver a casa?

como se comer, já fosse uma tarefa já mecanizada, terminamos e começamos a andar atrás do joão.

joão: aqui, é o corredor, ali é a sala, estivemos agora na cozinha… - ele dizia isto como se a casa fosse grande, e a verdade é que era um bocado.
alex: e, hum, onde é que dormimos?
eu: aqui, venham comigo – respondi de imediato.

apressamo-nos e entramos num quarto. eu conhecia bem este quarto, afinal de contas nesta última semana tinha estado ali a ajeitar tudo, a limpar. era um bom quarto; tinha as paredes brancas, uma beliche como eu tinha no meu quarto, quer dizer, o meu quarto e o do joão, tinha um armário claro, como toda a mobília daquele quarto.

alex: bem, eu adoro. – sorriu directamente para mim
catarina: sim, eu também.
joão: não tinham outra opção senão gostar – cruzou os braços.

dei-lhe uma pancada como se lhe pudesse dizer para parar. ele deve ter percebido, porque fez-me um sorriso travesso. sim, eu sei como ele é, todo impulsivo e irónico. devo ser a única pessoa neste mundo que o entendia.
eu: bem, vamos continuar? – perguntei.
alex: sim, claro. – respondeu o alexandre.

começamos a andar.

eu: aqui é o nosso quarto. – apontei para mim e para o joão e depois para o quarto.
alex: haa? ó meu deus. isto é um quarto? – perguntou, surpreendido.

pois, era verdade. aquilo não parecia bem um quarto, parecia mais uma mini biblioteca. eu amava ler. depois da psicologia devia ser a única coisa que eu amava. comprava livros todos os dias, lia-os a toda a hora. tinha livros em cima da cama, em cima da secretária, nas prateleiras, no chão (...) o quarto era mais meu do que dos dois. honestamente, eu nem sabia como é que o joão suportava ter apenas uma guitarra encostada a um canto, ele compreendia-me melhor que ninguém e não se queixou à medida que ia trazendo livros para o quarto.

eu: pois, haa, desculpem-me pela desarrumação. – desculpei-me timidamente. – sim, este é o meu quarto.
joão: barra biblioteca pessoal. – continuou a ironizar cada vez mais.
catarina: aquilo ali é uma guitarra? – apontou a catarina para um ponto ao fundo do quarto.
joão: sim, é minha. – respondeu, timidamente.
catarina: eu adoro guitarras. – cantarolou ela.

o joão sorriu. haha, apostava quase todo o meu dinheiro em como por dentro, ele estava a saltar de alegria.


continua ...

comentem e sigam, sim ? (ã)

12.08.2010

capitulo 1. ☮




 
joão ;
estava a chover. eu adorava ver londres, principalmente quando chovia. já estava lá á quase meio-ano com a minha irmã, mas quando via uma paisagem daquelas, era como se fosse a primeira vez que lá estivesse a ver a chuva naquela cidade.
estávamos ambos, eu e a minha irmã, a tirar um curso. a patrícia de psicologia, e eu de música. viemos para londres, porque apesar de haver boas universidades em portugal, temos que admitir que em londres, tudo é melhor.
a casa onde eu vivia, encontrava-se bem no centro da cidade; era um piso de um prédio construído a alguns anos, numa zona comercial. eu até que gostava da casa, tinha uma vista óptima, pagávamos pouco ao condomínio, e acima de tudo, os meus país não estavam lá.
eu estava sentado no sofá, sonolento, enquanto olhava atentamente para as gostas de chuva que pareciam trespassar o vidro da janela, e a patrícia? andava a correr de um lado para o outro.

patrícia: estão a chegar, estão a chegar !
eu: quem ? – disse, surpreendido.
patrícia: não me digas que te esqueces-te – arqueou a sobrancelha – os inquilinos !
eu: calma, revoltada … eu sabia …
patrícia: disfarça, disfarça – soltou uma gargalhada.
eu: e eles vêm quando ?
patrícia: não sei, do tipo, agora ?!

a patrícia era um pouco mais pequena que eu, apesar de ser a irmã mais velha. tinha repas, e uma personalidade forte. era sempre calma, e perfeccionista, e por vezes, chateava-se assério por não conseguir os seus objectivos.

eu: patrícia, são apenas estudantes – abracei-a – pessoas como nós.
patrícia: sim, eu sei, mas quero causar boa impressão.
eu: irmã, estás comigo, sabes que isso é impossível – pisquei o olho.
patrícia: sim, mas não custa nada tentar – sorriu – vais-me ajudar ou não?

concordei. começamos a limpar, quer dizer, a patrícia começou, eu apenas estava atrás dela, e quando ela se virava, eu fazia de conta que ajudava.

eu: acho que está tudo – fingi estar cansado.
patrícia: sim, finalmente está tudo prefeito – suspirou de alívio – agora só nos resta esperar.
eu: espero que não demorem muito, estou cá com um sono.
patrícia: até parece que fizeste alguma coisa, irmãozinho. – disse, num tom irónico.

até parece que me ouviram, pois mal disse aquilo, a cãmpanhia tocou: os inquilinos tinham finalmente chegado.

patrícia: joão, levanta-te – puxou-me do sofá – e arranja esse cabelo.
eu: ey, o cabelo está bom assim mãe – ri-me – naturalmente despenteado.
patrícia: naturalmente?
eu: esquece.
patrícia: és tão convencido – disse, abanando a cabeça.
eu: prefiro realista – bati-lhe levemente nas costas .

a patrícia dirigiu-se á porta, e eu fui atrás dela, quase a calcar-lhe os calcanhares. admito que estava nervoso, quer dizer, iria passar um ano na mesma casa com dois desconhecidos, e a minha irmã controladora, é claro que estava nervoso .
voltaram a tocar á cãmpanhia, e patrícia gritou ‘já vai’, enquanto penteava a repa, que esta cuidava com bastante orgulho.

eu: ó, abre lá – empurrei-a levemente pelos ombros.
patrícia: já vai, já vai …

ela rodou a maçaneta da porta devagar, e empurrou-a lentamente. de imediato, apareceram duas pessoas completamente estranhas aos meus olhos, os novos inquilinos !
quer dizer, o inquilino e a inquilina .
alex: olá – disse com um sorriso tímido, enquanto remexia no cabelo húmido provocado pela chuva – eu sou o alexandre.
patrícia: ó meus deus – disse, completamente vermelha.
eu: há ?
patrícia: quer dizer, olá – remexeu também, no cabelo – olá .
joão: entrem – disse, fazendo um gesto para entrarem, enquanto ouvia a chuva cair cada vez mais depressa e com maior intensidade.
ouvi uma voz a agradecer de imediato, por os ter convidado a entrar. quando ouvi aquela voz de rapariga, debrucei-me sobre a patrícia para conseguir ver a portadora da ‘tal’ voz, visto que ela estava atrás do rapaz que acabaram de chegar a nossa casa.
ela quando me viu, sorriu, e eu retribui-lhe o sorriso da mesma maneira doce. era a rapariga mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida ! *-*


patrícia ;
perfeito. estava a chover. o que mais é que poderia correr mal? haver uma tempestade e levar-me a casa pelos ares? não, estamos em londres, por amor de deus, isso aqui não acontece. eu andava de um lado para o outro dentro da casa, observando de esguelha o meu irmão. ele seguia todos os meus movimentos com o olhar. vamos admitir, para meu irmão mais novo, ele era mais alto que eu e não era nada parecido comigo em termos físicos. tinha o cabelo de um tom castanho claro, uns olhos castanhos a fugir para os verdes. ele era confiante, era mais confiante do que eu. era também muito descontraído, como se não se passa-se nada à volta dele.
 
eu:
tão a chegar, estou a chegar – disse, a andar de um lado para o outro atarefada.
joão: quem ? – boa, ele tinha-se esquecido. que mais faltava?
eu: não me digas que esqueces-te – cruzei os braços e arquei a sobrancelha – os inquilinos !
joão: calma, revoltada … eu sabia … - tentou disfarçar .
eu: disfarça, disfarça – não conseguir conter uma gargalhada.
joão: e eles vêm quando ? – levantou o olhar.
eu: não sei, do tipo, agora ?! – disse aquilo bastante alto.

a verdade é que aquilo assustava-me muito; novas pessoas iriam morar comigo. desconhecidos. e se eles fossem ricos e tivessem a mania que são bons? ou então se forem arrogantes? ou traficantes? oquei, estou a exagerar, mas pode acontecer, sabes ?

joão: patrícia, são apenas estudantes – abraçou, tranquilizando-me – pessoas como nós.
eu: sim, eu sei, mas quero causar boa impressão.
joão: irmã, estás comigo, sabes que isso é impossível – ele é muito irónico; ás vezes até de mais.
eu: sim, mas não custa nada tentar – sorri – vais-me ajudar ou não?
ele concordou, só para me tranquilizar novamente. sabia como é que eu era, e também sabia que se eu tratasse de tudo sozinha, provavelmente daria em maluca, como sempre.

joão: parece que está tudo – sentou-se brutamente no sofá, fingindo estar cansado (sim, reparei que ele não tinha feito nada.
eu: sim, finalmente está tudo prefeito – suspirei, aliviada e exausta – agora só nos resta esperar.
joão: espero que não demorem muito, estou cá com um sono – disse, bochechando .
eu: até parece que fizeste alguma coisa, irmãozinho. – disse, num tom irónico para ver como reagia.

mal o joão acabou de terminar a frase, tocou a campainha. foi ai que entrei em pânico; era agora !
estava pronta? não, nem por isso; mas ao menos podia disfarçar .

eu: levanta-te – puxei o joão do sofá, com tanta força que caiu – e arranja esse cabelo.
joão: ey, o cabelo está bom assim mãe – riu-se – naturalmente despenteado.
eu: naturalmente? – arqueei a sobrancelha e pus as mãos nas ancas.
joão: esquece. – pós a mão á cabeça.
eu: és tão convencido, irmãozinho. – abanei a cabeça e soltei um sorriso.

e a verdade é que era. quer dizer, não é que seja convencido, era mais … seguro de si mesmo e do que se passava á minha volta (ao contrário de mim).

dirigi-me á porta, e o joão ia atrás de mim. eu poderia estar nervosa, mas ele? também estava.
voltaram a tocar, e eu voltei a arranjar o cabelo, que por muito que o penteasse, fica sempre mal; que sorte.
gritei um ‘já vai’ suficientemente alto, para eles ouvirem.  bem, era agora ou nunca. dei uma espreitadela rápida ao espelho para ver como estava o meu cabelo e vi o olhar do joão a cruzar com o meu.
abri a porta. dela apareceram duas pessoas, dois desconhecidos.


alex: olá – sorriu suavemente, enquanto remexia no cabelo – eu sou o alexandre.
ó meu deus! era um rapaz. um rapaz lindo. era o rapaz mais lindo que já alguma vez eu tinha visto em toda a minha vida. quando ele me viu, lançou-me um sorriso tímido enquanto remexia no cabelo húmido e rebelde. eu não sei porque é que tive esta reacção, mas que ele me deixou de boca aberta, deixou.


eu
: ó meus deus – corei por completo, de certeza.

todos ficaram a olhar para mim, e juro que ouvi um ‘há?’ da boca do joão. acho que dei muito nas vistas, não? mas então, dêem-me um desconto, eu apaixonei-me naquele momento .

eu: quer dizer, olá – tentei disfarçar – olá .
joão: entrem – disse, fazendo um gesto para entrarem, enquanto ouvia a chuva cair cada vez mais depressa e com maior intensidade.
um obrigado ouviu-se, mas agora não tinha sido do rapaz perfeito. foi uma rapariga. há, ela era a segunda estranha. bem, ela também era pequena, mas eu era mais baixa que ela. tinha um cabelo comprido e sedoso, como se tivesse passado a tarde inteira a escova-lo, provavelmente, até tinha sido isso mesmo. ouvi um “uau” atrás de mim e pelo espelho vi a cara do joão a abrir-se num sorriso. parece que não tinha sido a única a não conseguir controlar-me.

catarina: eu sou a catarina. – disse, numa voz melódica e suave.

soltei um risinho e quando ele finalmente desviou os olhos da rapariga olhou para mim. haha, ele tinha sentido a mesma coisa que eu quando vi o desconhecido. voltei a olhar para o alexandre. ele observava-me. e sorria. quem disse que conhecer pessoas novas era mau?

continua .